As evidências sugerem um possível acordo prévio entre o parlamentar e o empresário para direcionar a contratação, garantindo vantagens financeiras indevidas
A Polícia Civil de Rondônia, em ação conjunta com o Ministério Público Estadual, deflagrou nesta quarta-feira (18) a Operação Commensalis, que investiga possíveis fraudes em licitações envolvendo a Câmara Municipal de Ariquemes. A operação é conduzida pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO2) e pela Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro (DRLD), com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO).
De acordo com as investigações preliminares, um parlamentar municipal teria firmado contratos com uma empresa vinculada diretamente a ele. O sócio da empresa, que teria atuado como cabo eleitoral do vereador antes de formalizar a pessoa jurídica, constituiu a empresa após a eleição e, posteriormente, celebrou contratos com a Câmara Municipal por meio de inexigibilidade de licitação.
As evidências sugerem um possível acordo prévio entre o parlamentar e o empresário para direcionar a contratação, garantindo vantagens financeiras indevidas. O processo licitatório foi supostamente estruturado para impedir a participação de outras empresas, favorecendo exclusivamente o contrato com a empresa investigada.
Durante a operação, foram cumpridas quatro medidas cautelares:
As diligências visam coletar documentos e materiais que possam comprovar as irregularidades no processo licitatório e o vínculo entre os envolvidos.
O nome “Commensalis” faz alusão ao conceito biológico de comensalismo, em que uma das partes se beneficia sem prejudicar a outra. No contexto da operação, a relação entre o parlamentar e a empresa sugere que ambos teriam se beneficiado mutuamente em um esquema de vantagens indevidas.
O Delegado-Geral da Polícia Civil, Samir Abboud, destacou o compromisso da instituição no combate à corrupção:
"As investigações têm o objetivo de elucidar os fatos e identificar todos os envolvidos no esquema ilícito. Além disso, é uma demonstração de que o combate aos crimes contra a administração pública será intensificado em 2025, com ações desde os primeiros até os últimos dias do ano."
Os materiais apreendidos serão analisados, e a Polícia Civil pretende aprofundar as investigações para identificar outros possíveis envolvidos no esquema. O caso reforça a importância da transparência nos processos licitatórios e o combate rigoroso à corrupção no setor público.
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